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"Vou falá de umas pessoas, de umas coisas..."
Mostragem, agora por ordem alfabética, de passagens de minha vida, narradas sob a minha ótica e com total sinceridade, e que envolvem primeiramente pessoas que me acrescentaram algo, depois instituições em que labutei e, por fim, locais que me marcaram.
sábado, 31 de maio de 2008
vivencias-madeira-alfabética(pessoas:O)
O: Oswaldo Mattos: um sentimento profundo liga-me a Oswaldo, sentimento de amizade, amor, admiração, gratidão, enfim êle é muito mais querido do que pode imaginar. Conheci-o nem lembro-me mais como, pois tenho me relacionado tanto com êle que nossa ligação já se confunde com as nossas vidas, com os nossos encontros, com os nossos natais, anos novos e carnavais, com os nossos passeios, nossas viagens. Só lembro-me que então sem conhecê-lo bem, só de vista, achei-o um lorde, um sir bem britânico, pela altura e biotipo, pelo porte, pela elegância, pela finura de gestos e comportamentos. Aparentemente sério, dotado de uma inteligência e cultura refinadas pela educação recebida, pelos estudos feitos, até continuadamente, no exercício do cargo público de Procurador da República, é na realidade um tremendo gozador e um tipo de amigo incomparável, aquele que privilegia as coisas importantes da vida como a amizade, a família, os filhos (impressionante a educação e os cuidados responsáveis,amorosos mas firmes com a filha, minha afilhada Anna Luiza), a honestidade, o relacionamento pessoal puro. Companheiro das nossas horas de lazer, de prazer, íntimo familiarmente, também o foi e é nas dificuldades, sempre junto com a comadre Arminda. Nas inúmeras lutas de Terezinha, êles estavam sempre ao nosso lado, animando, ajudando, apoiando de uma forma incomensurável. Nunca vi ou soube de um comportamento ou de algo vindo dele que não fosse positivo, bom, que marcasse fortemente as pessoas que o cercam. É uma pessoa diferenciada do que nós encontramos por aí hoje em dia, e por isso gosto tanto dele e o admiro. Valeu compadre, você é uma das pessoas que me marcaram profundamente e da qual quero sempre estar junto, onde quer que seja. Madeira
sexta-feira, 30 de maio de 2008
vivencias-madeira-alfabética(pessoas:M)
M:Monica da Silva Fernandes:nossa afilhada,filha de Egydio e de Ivone,nossos compadres.Após serem nossos padrinhos de casamento êles nos deram o primeiro filho como afilhado de batismo e foi uma linda menina,batizada como Monica.Desde a infância tranquila,amiga,melosa,mas muito querida.Muito inteligente sempre brilhou nos estudos e em todas as atividades culturais e profissionais.Apaixonada pelo pai Egydio,não levou em frente um doutorado em Coimbra,Portugal,para não ficar longe dos pais,em especial do Egydio.Melava tanto êle,que muitas vezes êle ficava de saco cheio e dava uma bronca nela,que tinha muito de figuração,pois no fundo êle bem que gostava.Lembro bem do dia em que ela passou no vestibular para Direito na UFES: estavámos juntos e a felicidade do Egydio foi impressionante.Procuradora concursada da Prefeitura de Guarapari,professora universitária,Monica impressiona pela forma simples como se comporta.Amada por todos,agora assumiu com muito carinho e dedicação,juntamente com o irmão Raul,os cuidados com a mãe Ivone,sozinha com o falecimento do pai Egydio.Monica,pelos momentos passados junto com nós,pela forma amiga e carinhosa da ligação conosco,marcou-me e faz parte das minhas vivencias.Madeira
quinta-feira, 29 de maio de 2008
vivencias-madeira-alfabetica(pessoas:L)
L:Leon Levy:no meu estágio no 2º BIB,recebi na Companhia de Comando,como meu estagiário,um aspirante R/2,alto,magro,estudante de medicina,de nome de guerra Levy.Interessado,disciplinado,inteligente,nos afetuamos mutuamente e no quartel conversavámos muito.Com êle pela primeira vez ouvi falar sobre o espiritismo e foi muito convincente,pois desde muito jovem professava essa religião,sendo inclusive sua genitora responsável por um pequeno centro kardecista.Essa afetividade levou-me a, em determinada ocasião,levá-lo a casa de Terezinha para tratar de Dona Hilda,que tinha uns achaques ocasionais,em um destes.Lá chegando a examinou e logo ela melhorou com passes,ocasião em que ficamos sabendo da mediunidade dela,que era a razão dos achaques.Com isso unimo-nos mais e Terezinha também,que inclusive de imediato resolveu que êle seria o médico com que ela teria nossos filhos.E foi,tanto que Caio,como Flávia(esta logo após nascer)o foram.Mais que um amigo,um irmão menor,que em todas as ocasiões em que tivemos dificuldades esteve junto com nós:na doença e morte de Seu Zé.mas doenças de Dona Hilda e Adelino,no transplante de Terezinha(deslocou-se até Vitória e o acompanhou como médico),em tratamentos espirituais(em Nova Lima/MG,em uma operação espiritual de Terezinha),na operação fatal,enfim,em qualquer ocasião que precisássemos êle aparecia,orientava,ficava junto,apoiava de todas as formas,com sacrifício pessoal,familiar e financeiro.Nunca poderei pagar tudo que Levy(sempre apoiado pela esposa Fortunée,Tuninha,dileta e querida amiga) fez por Terezinha e todos nós.Irmão e amigo,que me marcou com as melhores marcas que um homem e um espirito podem ter.Muito obrigado.Madeira
quarta-feira, 28 de maio de 2008
vivencias-madeira-alfabética(pessoas:J)
J:José Coelho,pai de Terezinha,meu sogro.Seu José ou seu Zé era uma figura impagável,amadíssima,pela simplicidade,pela forma agradável de relacionar-se.Calado,ficava um tempo pitando um cigarrinho,imerso em pensamentos,bem longe do que estava ocorrendo no seu entorno.Baixinho,mirrado,mas trabalhador,quando provocado para um papo,derramava pérolas de sabedoria,baseadas em uma existência difícil,como de todo imigrante,mas próprias de quem sabia analisar tudo aquilo que vira ou vivenciara.Tratava a todos da mesma maneira falando baixinho,mas claramente.Não era dado a leitura,televisão só via filmes de guerra,mais especificamente sobre a segunda grande guerra,sua paixão e aí desfilava histórias e casos e casos.Podia passar horas sem ser percebido,mas eu notava que êle,com um ohar arguto,a tudo escutava e armazenava,como boa fonte de saber.Conheci-o já com problemas financeiros,alquebrado pela idade,envergonhado por ter tido condições financeiras(isso eu soube pela esposa Dona Hilda)e perdido tudo,tendo que recomeçar como feirante sem ter nenhuma posse,lutando muito diariamente apenas para ter o que comer e já alcoólatra,o que em nada lhe tira o valor,pelo contrário sempre me fez admirá-lo mais e mais,pois era uma fuga,por julgar-se culpado pelos azares do destino. Afinal,apesar do vício,continuava a lutar,de forma extremamente cansativa e difícil,das duas horas da manhã até a tardinha,três,quatro horas,quando chegava para almoçar,extenuado,mas com o dever laboral cumprido.Nossa relação era fortemente enlaçada,êle tratando-me com deferências,mas com olhar paterno e eu buscando atendê-lo em tudo e estar muito próximo a êle,conversando com êle,dando-lhe o máximo de atenção.Sempre nos demos muito bem e sempre o vi como um homem sofrido,mas um homem de bem,lutador,de fortes qualidades morais,simples,que amava muito Terezinha,filha querida,que eu sei que também tinha grande admiração por êle.Seu Zé,homem tão simples,que de uma feita ao ir visitar-nos em Brasília,fui recebê-lo na Rodoviária e ao perguntar pela mala,disse que não tinha trazido e eu perguntei pela roupa e êle a tinha trazido vestido:estava vestido com três camisas,duas calças,duas meias,tudo uma sobre a outra.Valeu Seu Zé,me marcastes pela simplicidade,pelas poucas palavras,pela análise fácil e curta dos fatos ao redor,pelo respeito e carinho,desejo te reencontrar em algum momento para conversarmos mais e nos curtirmos.Madeira
terça-feira, 27 de maio de 2008
vivencias-madeira-alfabética(pessoas-J)
De Bacabal para a vitória
J:Joana Nunes Serrão,nossa Joaninha.Com o casamento de Hilda em São Luis do Maranhão e a impossibilidade de Terezinha ficar sozinha com as três crianças,pois eu trabalhava o dia inteiro e ainda viajava muitas vezes para reuniões em Brasília ou para o interior a serviço,tivemos de arranjar alguém que viesse a fazer parte da nossa família como a Hilda o fizera.Terezinha conseguiu uma adolescente maranhense,morena,disposta,ao contrário da maioria dos conterrâneos,que certamente como a Hilda veio por orientação dos espiritos superiores.Joana encaixou-se com perfeição a nós todos,morando com a gente,dedicando-se a todos de uma maneira indescritível.Amiga,sincera,trabalhadora,honesta,entregou-se a nós,a dona Hilda e Adelino,quando moraram conosco e foi de uma valia incomensurável em todas as nossas dificuldades.Aprendeu logo a lidar com Terezinha,aprendendo a forma como ela gostava das coisas de casa feitas e cuidando das crianças com firmeza e atenção.Acompanhou-nos em nossas mudanças,Ceará,Brasília e enfim Espírito Santo,onde radicamo-nos e ela também.Inteligente,esforçada,se fez sozinha,estudando as noites,terminando todos os ciclos estudantís e fazendo cursos profissionalizantes.Cozinheira de mão cheia,correta,cumpridora das obrigações,muito boa de horário,devemos a ela um carinho e atenção inigualáveis com Dona Hilda e Adelino nas velhice e nas doenças deles.Mas foi nos maus momentos passados com os problemas renais de Terezinha que Joana mostrou todo o amor e consideração para com ela e todos nós.Muitas noites para Terezinha repousar,ela ia comigo e os três para a faculdade que eu lecionava e ficava com êles no pátio esperando-me.Não tinha hora e nunca queixou-se de cansaço.Nunca reclamou de horários.Viajava às vezes conosco e era de um comportamento exemplar.Foi uma pessoa marcante e indispensável na nossa caminhada.Para completar quando do falecimento de Terezinha ficou todo o tempo do velório na cabeceira do caixão,não se afastando um segundo,olhando por Tê,velando-a,em toda a extensão dessa palavra,como ninguém fez.Hoje casada,com dois filhos que educou de forma amiga,mas rígida,como uma mãe deve fazê-lo,deu mais uma prova de consideração ao dar o filho mais velho,Wallace,para Caio e Cintia batizarem,sendo agora comadre de meus filhos.Joaninha,meu carinho,meu amor,minha gratidão por tudo que você fez e faz por nós todos.Você marcou-me e quero sempre ter te por perto,nesta e em todas as vidas que tiver.Valeu Joana.Madeira
segunda-feira, 26 de maio de 2008
vivencias-madeira-alfabética(pessoas:J)
J:João Pedro:neto especial,muito especial,segundo filho de Flávia.Nasceu comigo e Terezinha longe,pois estavámos em Cabo Frio,em um feriado de semana santa e a alegria foi imensa e foi duro convencer Terezinha a não voltar correndo para Vitória,para vê-lo.João Pedro sempre foi muito especial para nós,pois além de ser o neto homem,sempre demonstrou uma nobreza de sentimentos que o tornam no mundo atual diferente.Sempre o admirei,mas tive ocasião de conviver com êle durante cerca de seis meses,diuturnamente,e JP(gosto de chamá-lo assim)em nenhum momento nos passou nada que não fosse do mais elevado grau de educação e respeito.Inteligente,dono de um raciocínio fácil,claro e límpido,impressiona a todo aquele que dele se acerca.Líder e querido pelos colegas(e muito mais pelas colegas),faz amizade logo e cativa as pessoas.Faz com a irmã uma dupla de netos que envaidece a mim,pela gama de coisas boas que me transmitem.Alto,muito esbelto,de início marca pela presença física,mas depois de algum tempo,no qual êle fica na dele,há um entrosamento através do qual êle magnetiza,pelo comportamento equilibrado e respeitoso.Ouvinte atento e inquiridor entrega-se à educação com facilidade,tendo durante nossa convivência maior me entusiasmado como companheiro,como neto e como aprendiz,a quem busquei passar o máximo de experiência de vida e de ensinamentos morais e espirituais. Incrivelmente,apesar de adolescente nunca me deu qualquer trabalho ou aborrecimento,sendo de uma obediência e acatamento ímpares.O que era falado e explicado,JP aceitava,numa boa,sem problemas e dava um retorno sem máculas.Gosto muito dele,mas aprendi também a admirá-lo,pela gama de qualidades e a forma de ser:JP é de fato muito especial.Está valendo e sei que vai valer sempre JP.Vô
quinta-feira, 22 de maio de 2008
vivencias-madeira-alfabética(pessoas:J)
J:João Dias Pereira:Seu João Dias,meu pai.A primeira pessoa a marcar esta minha encarnação.Um simples pastor português,nascido na fronteira de Portugal com a Espanha,na província de Trás-os-Montes,no lugarejo chamado Telhado(estive lá várias vezes em 1950,quando morei em Portugal,durante um ano),localidades que como os nomes já indicam estão situadas,em regiões montanhosas,inóspitas.Vida fronteiriça,na parte mais alta e fria da lusa terra,com pouca área livre para plantação,só dava mesmo para a de subsistência,a atividade econômica era a pecuária de animais montanhosos e com resistência à friagem intensa.Cabras e ovelhas eram a dominância.Vegetação pouca,muita pedra,àrvores típicas,como o castanheiro(que nos remetem a famosa castanha portuguêsa de natal),o sobreiro(da qual se retira a cortiça) e a oliveira(que nos dá a inigualável azeitona portuguêsa e o azeite).Meu pai desde os dez anos trabalhava como pastor de cabras e ovelhas saindo com elas para as montanhas,no frio,com sua merenda,ainda de madrugada,voltando ao entardecer,ofício aprendido com os irmãos mais velhos e depois realizado sozinho.O grande medo,quando ainda não estava bem claro,eram os lobos e por isso o fogo feito próximo aos lugares onde os animais pastavam,ajudava a combater o frio e a afugentá-los,restando apenas os uivos.Os irmãos,todos(acho que quatro),logo que faziam quinze anos(idade mínima então),arranjavam um documento de imigração portuguêsa para o Brasil(denominada carta de chamada,que significava que um outro conterrâneo,aqui residente ia recebê-lo,hospedá-lo e dar-lhe trabalho)e"fugiam"para cá,apenas sabendo ler,escrever e as quatro operações.Meu pai,nessa idade,foi chamado por um irmão,meu Tio Antonio,que aqui estava e veio,em um navio de imigantes,aportando na Praça Mauá.Ao procurar emprêgo conseguiu em uma Padaria,de início em troca de lugar para dormir e comida.Como era trabalhador e safo logo foi contratado e fez carreira no ramo da panificação,chegando a dono de padaria.Íntegro,trabalhador,leal,honesto,dono de uma garra incomensurável(nunca estava cansado ou algo não podia),inteligente,apesar de pouco letrado,leitor incansável(diariamente lia,pelas manhãs,o Diário Carioca(não mais existe)e a noite o Globo,conversava e discutia com conhecimento os assuntos diuturnos.Administrou seu viver,nossa família,seus negócios com sabedoria e amor.Educou-me com algumas surras merecidas,com firmeza e muito,mas mais com exemplos,o que rememoro e agradeço a toda hora.Exemplos de coragem pessoal,de bravura perante os óbices,de correção total de comportamentos,de honestidade,acima de tudo de propósitos de vida,de amizade de entrega,de amor ao próximo,de caridade equilibrada,ajudando sempre a todos,mas verificando a verdade da necessidade,enfim meu pai e meu mestre.Auxiliou-me na infância e na adolescência pela educação e pelo exemplo,com orientações claras,precisas e continuou a amparar-me com a presença e o amor firmes,sem fraquezas,até a passagem,com quase 88 anos.Muito obrigado meu Pai,foste a primeira pessoa a marcar e de forma indelével esta minha vivência e espero que à frente,aqui ou Lá,possas continuar com tua sabedoria a mostrar-me o caminho correto para o progresso moral continuado.Valeu seu Dias,meu Pai.Theo
quarta-feira, 21 de maio de 2008
vivencias-madeira-alfabética(pessoas-I)
Carregando a todos na palma da mão
I:Ivone Botelho da Silva,depois e até hoje Ivone da Silva Fernandes.Conheci-a no apto em que morava com os pais Dona Alice e seu Antonio,em Del Castilho,quando ficou noiva do Egydio,logo no início da minha ligação com êle.Trabalhava então na seção de cama e mesa da Mesbla,na Lapa,no Rio de Janeiro.Antes mesmo de sermos compadres e dela casar com o Egydio eu já sabia muito dela,pois Egydio contava muitas e muitas coisas sobre êles,as respectivas famílias,as dificuldades que ocorriam,pois eu e Egydio trabalhavámos,moravámos e passavámos o tempo todo juntos e com isso confidenciando.Ao casarem-se e servirem de elo para meu conhecimento e posterior casamento com Terezinha,tornando-nos tri-compadres(êles padrinhos de nosso casamento e do Caio e nós padrinhos da Monica,primeira filha deles)e frequentando-nos mutuamente confirmei o que Egydio dela falava.Ivone é um ser humano especial em todos os aspectos:amiga,devotada aos afazeres de esposa,mãe,agora de avó,irmã dedicada,companheira de entrega total,daquelas pessoas que buscam apenas servir,fazer o bem.Foi companheira do Egydio de uma maneira tão intensa,que para nós muitas vezes parecia ser mais de subserviência que conjugal,mas o foi,com alegria e felicidade.Egydio,certamente teve,e em muito,as expectativas da esposa que Ivone seria superadas.O autor dá canção "Amélia é que era mulher de verdade",no contexto da letra da canção deveria ter conhecido Ivone,pois ela botou essa tal de Amélia no chinelo,ficando anos-luz à frente como esposa,companheira e amiga do marido.De uma maneira geral as Botelho são assim(Dona Hilda,Terezinha,Arminda),mas Ivone excedeu e Egydio foi agraciado,sendo um rei em casa.Ivone você é um modelo mais que perfeito da "Amélia".Está valendo comadre ter te conhecido,estabelecido a relação de compadrio,ter convivido tanto tempo junto,ter pego tantas e tantas bóias em tua casa(cozinheira de primeira,não era a tôa que o Egydio era um gastrônomo),ter viajado tanto junto,enfim voçê acrescentou muita coisa ao meu desenvolvimento nesta encarnação.Abraços Madeira
terça-feira, 20 de maio de 2008
vivencias-madeira-alfabética(pessoas:H)
H:Hilda Diniz:legitima filha adotiva,pois chegou adolescente em nossa casa em Brasília,em 1970 de uma forma,que só pode ter sido determinação espiritual superior,só nos deixou alguns anos depois,já formada como mulher,para casar.Com Terezinha grávida de Cintia,inicio desse ano,com Flavia aprendendo a andar,ainda tropegamente(Caio não dava trabalho,pois já estava no colégio e fora isso brincava com seus carrinhos miniaturas,fazendo fileiras e fileiras,pois tinha muitos)e o trabalho de casa,na época sem auxiliar,bate a nossa porta uma menina,a Hilda.Recebida,jovem adolescente,tinha quinze anos,bonita,gordinha,com um sorriso largo,encantador,disse que tinha deixado a casa dos pais,pobres,no interior de Goiás,para trabalhar em uma casa de uma pessoa que ela não lembrava o nome,naquela super-quadra,na Asa Sul,em Brasília.Mostrou a Terezinha um papel com endereço,que não era o nosso e desconhecido para Terezinha(eu estava no trabalho,soube disso tudo depois).Terezinha de imediato pensou em ficar com ela,lá em casa.A decisão foi dada por Flavia que estava no quarto brincando no chão e veio para a sala e quando viu Hilda abriu os braços e foi na direção dela,para o colo e Hilda a acolheu,com muito carinho.Aí fechou tudo.Era para ser ela a pessoa para acompanhar-nos na educação dos filhos.Assim adotamos Hilda,que nos ajudou e muito a educar os filhos.Depois foi conosco para Curitiba/PR e para São Luis/MA,estudando o tempo todo,tirando férias conosco,com muito carinho e sendo também educada por Terezinha nas maneiras e nas coisas de uma casa.Ser humano fabuloso,amiga,carinhosa,de aprendizagem fácil,virou uma verdadeira filha.No Maranhão,nos estudos,conheceu um rapaz,muito bom,hoje meu genro,Antonio Carlos,apelido familiar de Totó,de sobrenome Dias,administrador de empresas formado, funcionário público concursado,que a pediu em casamento,isto em 1974.Devidamente arrochado por Terezinha e Dona Hilda montou casa completa,noivou e casou e perdemos a Hilda,que como sinal de que era mesmo uma filha passou a chamar-se Hilda Diniz Dias,filha por adoção e comprometimento e hoje além de casada com Totó,já avó,que nos marcou e certamente terá mais encontros conosco em alguma dimensão.Madeira
segunda-feira, 19 de maio de 2008
vivencias-madeira-alfabética(pessoas:H)
H:Hilda Botelho Coelho,casada com José Coelho,pais de Terezinha e Ismael,minha sogra,mas na realidade,apesar do chapeado,minha segunda mãe.Aliás é meio comum que as mães das esposas se dêem melhor com os genros,que o inverso(Freud deve explicar,dentro daquela área de complexos de Édipo e de Eletra).Dona Hilda desde que a conheci sempre teve um xodó comigo e eu com ela,fruto de um carinho mútuo com que nos tratavámos.De vez em quando tinhámos nossos entrechoques,mas nada duradouro ou mal.Ocorre que ela era bem mandona e era necessário,às vezes,travá-la.No apoio,a qualquer pessoa que precisasse era imbatível.Estava a total disposição,entregava-se de corpo e alma,literalmente.De corpo pela presença incansável para servir,cuidar e de espirito por ser uma medium de primeira,sentindo muitas coisas,vendo e com isso tentando ajudar,proteger,também espiritualmente.Em todos os momentos esteve junto de mim e de Terezinha.No namoro,no casamento,na chegada dos filhos,nas nossas férias, que sempre eu e Terezinha dividíamos em dois períodos,um em que saíamos com as crianças e o outro sozinhos,ocasiões em que Dona Hilda assumia a responsabilidade da casa e das crianças.Amiga,caridosa,sabia ser a mãezona protetora,mas também sabia manipular as coisas para ocorrerem na forma que ela desejava.Mais tarde,contra a vontade de Terezinha,que resistiu e procurou outra forma de sobrevivência sem ser a de transplante de pessoa viva(entendia que estava ferindo o doador),doou um rim a Terezinha,que estava com insuficiência renal definitiva,em hemodiálise.A isso some-se ela já ter mais de sessenta anos,ajudando assim Terezinha ter uma sobrevida de mais vinte e três anos.Fez uma dupla impagável com o cunhado Adelino,com quem conviveu por cerca de quarenta anos,após a morte do esposo,em uma relação de apoio mútuo,pois Adelino,apesar de forte,tinha problemas nas pernas com feridas que não cicatrizavam e depois teve um derrame,ficando com o lado esquerdo do corpo totalmente paralisado.Aí,apareceu mais uma vez o espirito amigo de Dona Hilda,que por gratidão(Adelino ajudou muito a êles,enquanto tinha saúde)e por amizade e caridade,ajudou-o até o fim da vida dele,fazendo os curativos e ajudando-o em tudo.Ser humano especial,certamente pela forte ligação que tivemos,aí a frente estaremos juntos de novo,para o que tenho tudo a favor.Valeu Mãe Hilda.Madeira
domingo, 18 de maio de 2008
vivencias-madeira-alfabética(pessoas:F)
F:Flavia Coelho Dias:filha do meio.Sempre ouvi dizer que os filhos são complicados:se um só é porque é filho único;se são dois o mais velho é o primogênito e o menor é o caçula e ambos são complicados por êsse motivo e se são três o mais complicado é o do meio,sem que os dois outros não o sejam.Na verdade não é nada disso.O que ocorre é que são pessoas diferentes,que trazem consigo uma mistura de gens(que pode chegar até a quinta geração) e que sofrem as influências do meio ambiente,que não é igual,até no mesmo lar,pois o amadurecimento dos pais,as dificuldades familiares não são plenamente iguais.Daí formam-se algumas poucas similariedades e uma gama de diferenças,próprias de cada indivuduo.Bem,Flavia, veio,como todos os outros amada e querida e só tem de diferente dos irmãos o que é proprio dela,a individualidade.Corajosa,guerreira,indômita,sempre encarou e viveu cada dificuldade que se apresenta com gana e com isso amadureceu e cresceu.Daquelas pessoas que não deixa para depois,que quer sempre tudo muito claro e limpo,custe o que custar.Companheira de colocar(e o fez,algumas vezes) quem estiver ao lado para cima,incansável,alegre,é um prazer conviver com ela,pois se mostra com facilidade,com autenticidade.Raiva com ela passa logo,pois a finalidade dela é sempre ajudar.Colega de trabalho admirada e professora querida,principalmente por jogar limpo com os alunos,além de mostrar conhecimento sem arrogancia.Mãe extremada,de dar duro nos filhos quando errados,mas também de colocar no colo e acariciar,entregando-se totalmente a êles sempre.Com Flavia também está valendo a pena e muito minha vivência e certamente quero em outras situações futuras poder aprender e viver junto.Madeira
sábado, 17 de maio de 2008
vivencias-madeira-alfabética(pessoas-E)
E:Eugenia Maria Caldeira:muitas pessoas não acreditam em destino,fado para os portuguêses,mas,ainda que exista o livre-arbitrio,para as decisões próprias da forma que quisermos,existem compromissos impressos no roteiro de cada encarnação,que nos dão a oportunidade de aprender,de crescer moral e espiritualmente,isso se os seguirmos.Digo isso porque efetivamente em meu viver creio ter saído,algumas vezes, do meu "script",mas na maioria das ocasiões o segui e nisto fui abençoado.Após a viuvez decidi que não era minha cara viver só e vi o imenso o problema com que me deparava:onde encontrar uma companheira a altura de minhas manias,de meu envelhecimento,de minha família?Bem,estava debaixo de meu nariz,ou melhor,de meu comando.Na Faculdade que dirigia encontrei essa peça rara,nos dias de hoje mais rara do que nunca.Eugenia,professora,séria,disciplinada,dedicada em tudo que fazia,que comecei a observar.Sóbria e simples no vestir,atenciosa com todos e que se afeiçoara ao Caio e Flávia,filhos amados e colegas dela de magistério na Faculdade.Despertou-me a atenção e o carinho dela para com êles.Para surpresa de muitos,inclusive de meus filhos,com pouco menos de dois anos de ida de Terezinha para o Mundo Maior,decidi namorar Eugenia,conhecê-la melhor,pois meu íntimo a indicava como aquela pessoa que eu procurava para minha velhice:dedicada,amiga,amorosa,sóbria e a um tempo alegre.A cada dia nessa convivência descobria uma Eugenia mais impressionante: inteligente,companheira,trabalhadora,pronta a servir,a ajudar o próximo e como eu espiríta.Conquistou meus filhos pela autenticidade e por ser a primeira a olhar por êles a fazer-me correr para perto deles nos momentos bons,de festa ou nos de dificuldades.Agregou-os ao seu coração e tem um carinho e respeito por êles inigualável,para quem os conheceu a pouco.Unimo-nos e há dois anos vivemos juntos em todos os momentos do dia,desde nos exercícios matutinos até as palestras na Casa Espirita Cristã.Companheira de todo momento,aprendi a amá-la e respeitá-la muito,sendo alguém muito especial,que meu destino,escrito lá em cima,antes de minha vinda,já tinha programado,para que eu pudesse melhorar ainda mais moral e espiritualmente.Hoje tenho certeza de nosso amor mútuo,que nossa união foi a melhor coisa que podia me acontecer após a ida de Terezinha,sei que estava programada e que com ela terei muita tranquilidade no ocaso dessa vida e a certeza de que ela continuará apoiando os meus filhos e netos,após a minha passagem.Eugenia,baixinha amada,guerreira amiga,amor,fazes parte dessa lista de marcas inapagáveis desta vivencia.Madeira
sexta-feira, 16 de maio de 2008
vivencias-madeira-alfabética(pessoas-E)
E:Egydio de Souza Fernandes:tri-compadre,nosso padrinho de casamento;nós padrinhos da Monica,filha dele e de Ivone e êles padrinhos do Caio Fábio,nosso primeiro filho.Por aí já se vê a ligação estreita e confiança mútua.Conhecia-o de vista por jogar futsal no Grajaú TC,no primeiro time e eu era juvenil da Atlética Carioca e era fácil não esquecer pois era o mais falante do time e jogava bem,isto nos idos de cinquenta e sete,cinquenta e oito.Em 1961 reencontrei-o na GEB e fomos escolhidos para trabalharmos juntos na montagem e comando da companhia de choque,a S.E.(Serviços Especiais)da GEB,após PM/DF.Trabalhamos juntos,enfrentamos prontidões e tiros juntos,moramos juntos,saíamos juntos,e como era de se esperar acabamos ligados,além do compadrio,pelo parentesco das mulheres,cunhados fomos.A êle devo ter conhecido e sido apresentado a Terezinha,devo também muitas outras coisas,mas Egydio foi insuperável na doença renal de Terezinha,tanto pela presença continuada no hospital,como no apoio as necessidade dela,de nós.Necessitava-se de um doador de sangue,lá estava Egydio;precisava-se de adquirir algo e lá ia o Egydio;necessitava-se de alguém para dormir no hospital,lá ia Egydio;foi um companheiro indescritível, diuturno,incansável.Com êle reparti grandes momentos de minha vida,foi um amigo sem ressalvas,que procurei retribuir.Alegre,sacana,gozador,amigo para tudo que fosse preciso,marcava as pessoas ao redor,sendo muito querido.Falador,dominava as conversas,sempre com posições claras,radicais,muitas vezes chocantes,para quem não o conhecia,pois nós mais íntimos sabiamos que era figuração,algo para inglês ver.Nas nossas viagens era o nosso gastrônomo:era êle que escolhia os restaurantes,a comida e a bebida,em especial os vinhos que degustava com Terezinha,pois era dono de um paladar apurado.Pai dedicado,com uma forma de educar muito peculiar,não deixava para depois o que tinha de falar para os filhos.Esposo dedicado,não deixava a esposa,Ivone,nem pensar em necessidades,já estava êle atropelando,resolvendo sozinho,comprando móveis novos para casa,comprando roupa para ela,enfim um tremendo machão,companheiro,esposo,mas machão.Foi meu companheiro de zaga no futsal muitos anos,fizemos fama em Brasília,na década de sessenta e agora já deixo o aviso que daqui a algum tempo estaremos fazendo zaga no Mundo Maior.Valeu meu irmão Egydio.Madeira
quinta-feira, 15 de maio de 2008
vivencias-madeira-alfabética(pessoas-C)
C:Cintia Coelho Dias,filha amada,motivo de orgulho e de agradecimentos diários a Deus,pela companheira de viagem que é.Desde os primeiros passos revelou-se o ser humano que seria:tranquila,estudiosa,companheira,de ampla firmeza de idéias,tipo de companhia gostosa de se ter ao lado.Cresceu dando-nos a sensação,depois confirmada,de que veio em acréscimo para o nosso lar,pois,efetivamente tinhámos planejado,eu e Terezinha,termos dois filhos,pois segundo meu pai,Seu Dias,filhos não deveriam ser mais de que as mãos,para podermos dar uma para cada um e mais do que os ouvidos para ouvirmos um em cada orelha.Cintia desmentiu êsse axioma,pois foi a terceira e que acrescentou mais uma mão e mais um ouvido a mim e a Terezinha,pela forma de ser,pela inteligência,pela dedicação filial,pelo amor a nós dedicado,por ter enfrentado e estar sempre enfrentando,muito próximo de nós todos,tudo que e vida nos tem dado,seja de bom,seja de mau.Trabalhadora assumida,entrega-se às atividades laborais com uma garra e discernimento impressionantes,respeitando os espaços dos colegas e chefes,mas sem abrir mão de suas posições.Dona de uma escrita escorreita,com grande facilidade de comunicação,leitora compulsiva,é motivo continuado de orgulho para todos nós ligados a ela,seja por laços sanguíneos,seja por laços de amizade,de conhecimento.A isso soma-se a elegância e beleza que despertam a atenção onde chega.Elogios a ela são música para meus ouvidos e a escuto diuturnamente,sabendo que tudo o que a elogiarem é verdadeiro,pois sei bem de seu valor.Você Cintia é mais uma das poucas pessoas que me acrescenta,faz-me feliz de estar junto a mim e espero continuar a tê-la próximo agora e em todas as oportunidades em que me for dada a chance de escolher os companheiros de viagem,seja neste mundinho,seja no Mundo Maior,aquele que realmente é importante.Está valendo Cintia.Pai
quarta-feira, 14 de maio de 2008
vivencias-madeira-alfabética(pessoas-C)
Caio é o bicho!
C:Caio Fabio:primeiro filho,único varão,inteligente,teve um desenvolvimento normal,mas já mostrando uma personalidade diferente,marcante.Na infância ficou de fora do comum às demais crianças.Foi acelerado nas etapas do desenvolvimento,sem chupeta,sem mamar no seio,andando cedo,sem engatinhar,tendo ido para o colégio com menos de dois anos.Sempre foi muito independente,resolvendo as coisas a maneira dele,buscando não importunar ninguém.Sempre de poucas palavras e de muitas decisões.Nunca gostou de ser contrariado ou de fazer as coisas como todo mundo faz.Como dizia Terezinha Caio não é deste planeta.Em alguns momentos introjeta,deixa o olhar parado e nitidamente vê-se que êle está longe,como se diz "em outro mundo".Adolescência agitada,sem participar,sem dividir os momentos,as dificuldades com a gente,ou melhor com ninguém.Hoje,vejo-o,como um ser humano especial,muito especial,que não se deixa levar por ninguém,a quem ninguém faz a cabeça,com alguns sentidos de vida totalmente diferenciados para os padrões dos dias atuais.Profissional de escol,daqueles que quer tudo certo,ainda que dentro dos seus padrões de certo,tem grandes dificuldades de conviver com a hipocrisia,com a falsidade.Padrão moral elevadissímo,amigo de fidelidade canina,que não aceita,porque não pratica,qualquer deslize dos amigos.Agarra-se àqueles a quem ama com entrega total,mas sem deixar de,se incomodado ou indagado,externar a opinião mesmo que contrarie aqueles a que ama.Intimorato,não se deixa violentar por nada,seja físico,seja moral.Emprêgo,ligações,dinheiro,seja o que for não é mais importante para o Caio do que a correção de comportamentos que lhe é ditada pelo seu caráter. Queridissímo por aqueles que com êle convivem e considerado um estranho por aqueles que não o conhecem,não convivem com êle.Incapaz de meter-se em problemas alheios,a não ser se chamado.Opinião sobre pessoas esquiva-se a dar,mas se indispensável coloca com sabedoria o seu ponto de vista.Para mim em especial é um companheiro sábio,que nas conversas muitas e muitas vezes me indica,sem o saber,o melhor caminho.Caio você,não foi à tôa,que veio perto de mim nesta encarnação,representa alguém muito importante no meu desenvovimento moral e espiritual.Está valendo muito Velho.Madeira
terça-feira, 13 de maio de 2008
vivencias-madeira-alfabética(pessoas-B)
B:Balbino,nome de guerra,na verdade Altamir Balbino,nome pequeno para um grande homem,para um ser humano maravilhoso.Balbino foi uma das primeiras pessoas que conheci ao chegar em Brasília e ingressar na GEB.Lotado na Cia de Trânsito,como sub comandante,apresentado a minha tropa,o fui também ao guarda de trânsito padrão,o soldado Balbino.Prestava serviço sempre nas áreas nobres de Brasília,em especial na W-3,principal avenida,onde estavam as lojas chiques,os dois únicos cinemas e toda a rede bancária.Padrão nos comportamentos,na sinalização de trânsito,no fardamento e na educação com que abordava os motoristas faltosos,sereno,mas cumpridor das leis e atencioso com os pedestres que necessitavam atravessar as ruas(à época Brasília não tinha semáforos).Balbino era um mulato,típico carioca,casado com Dona Yolanda,a quem depois de casado com Terezinha vim a conhecer.Êle foi para mim o meu professor de trânsito,pois eu estudei e estudava muito,mas a prática era zero e aí eu conversava com êle,principalmente nas blitz de trânsito que fazíamos nos finais de semana contra motoristas alcoolizados,e aprendia com êle as malandragens dos condutores de veículos,sobre a documentação indispensável de ser portada pelo motorista,sobre carteiras de habilitação falsas(tinha muitas feitas no interior de Goiás),enfim sobre tudo.Nossas carreiras acabaram,por força do destino, a se entrelaçarem,pois ao voltar do estágio no Exército e apresentar-me a Interpol,êle estava lá,pois tinha optado pela vida civil,também.A Balbino,suas amizades e sua habilidade,devo ter conseguido o apto. para casar-me. Êle era muito querido por todos os que com êle privavam,por estar sempre pronto a ajudar.Amigo incondicional,fez um curso sobre drogas,no nível de agente,e após foi designado instrutor dos cursos volantes(ministrados em todo o Brasil para as polícias estaduais pela Academia Nacional de Polícia) e como eu também tinha feito,passamos a viajar o Brasil todo,dando cursos de um mês nos Estados.Era meu companheiro então de quarto,de almoço,de passeios.Enfim um verdadeiro irmão,que perdi cedo,pois êle veio a falecer,ainda novo,quando eu estava como Superintendente do DPF no Ceará.A esposa e os filhos mudaram-se então para Goiás(ela era goiana) e nunca mais soube deles.Balbino,você também faz parte desse pequeno e seleto time de amigos,de pessoas as quais muito devo,com quem muito aprendi,que amo demais e que espero reencontrar em algum momento no Mundo Maior ou em uma nova encarnação.Valeu Balbino,irmão de fé.Madeira
segunda-feira, 12 de maio de 2008
vivencias-madeira-alfabética(pessoas-A)
Rua Conde de Bonfim
A;Arthur Madeira:irmão de minha mãe,meu tio e padrinho.Tio Arthur pesou bem na minha vida.Alto,magro,de bigode,era sóbrio,parecia pelos comportamentos e silhueta um lorde inglês.Andava muito de colete,com um relógio de corrente no bolso deste e também gostava de carregar um guarda-chuva,tudo bem britânico.Em casa estava sempre o dia todo de pijama comprido,de listas grossas.Falava muito bem e comportava-se as refeições com muita elegãncia.Era proprietário de uma loja de ferragens(loja especializada em ter tudo e qualquer coisa em necessidades pequenas para construção e manutenção de uma residencia,por exemplo,pregos,parafusos,ferramentas,outros.Êsse tipo de loja foi substituído por grandes lojas de conveniências de material de construção,no ES tipo D&D.A loja era muito bem situada,à rua Conde de Bonfim,quase na esquina da rua Dona Delfina,bem próximo de onde meu pai tinha a padaria Laís,na Tijuca.Eu,quando adolescente,ia muito lá para comprar coisas que nós precisassemos para casa ou para vê-lo,conversar com êle.Grande leitor,tinha na loja sempre almanaques,dos quais o mais famoso era o do Biotônico Fontoura(almanaques eram pequenos opúsculos,publicações finas,anuais, de interesse difuso,nas quais encontravam-se o calendário do ano,colocado mês a mês,com indicações de mudanças lunares,santos do dia,piadas,informações gerais(hoje não existem mais).Além de leitor de imersão tio Arthur era na família o mestre da matemática,fazendo contas e mais contas com perfeição,resolvendo problemas,simples é verdade(tipo essas pegadinhas de A sai de tal lugar com tal velocidade e B sai depois...).Marcou-me, também,que êle escrevia o quatro de cabeça para baixo.Tio Arthur tinha sua história particular de sofrimento introjetado(não falava no assunto,com ninguém),pois sua esposa,logo no início do casamento,morrera no parto do filho,que sobreviveu,com uma sequela,fruto de inabilidade médica,pois ao ser retirado da barriga da mãe a forceps,ela morreu e o menino foi atingido na cabeça(tinha uma cabeça enorme,deslocando-se em um carrinho de rolimãs,enquanto pequeno,pois não aguentava com o peso da cabeça).Com isso êle nunca mais casou,nem o vi com nenhuma mulher,em um luto eterno e definitivo.O Arnaldo,nome desse menino era criado junto dele,pela irmã Herminia e o cunhado Manduca,na casa do meu avô Antonio Madeira,com quem todos moravam.Tio Arthur marcou-me mais ainda por ser o total responsável por eu ter como meu clube o Fluminense.Êle era associado do Fluminense,de carteirinha e contribuição mensal,recebia em casa a revista do Fluminense,mensalmente,a lia e guardava para mim e sempre me levava ao Maraca,enquanto criança,desde meu retorno de Portugal(onze anos)até a adolescencia findar,após os almoços de domingo na casa do avô Antonio Madeira.Foi um excelente padrinho,pelos exemplos de honradez,pela finura e segurança que passava(era o intelectual da família Madeira) e pelo tricolor.Valeu Tio Arthur.Aguarde-me,pois certamente pela afinidade algum dia estaremos juntos.Theo
domingo, 11 de maio de 2008
vivencias-madeira-alfabética(pessoas-A)
A:Arminda,melhor Arminda Mattos,pois é impensável separá-la do esposo Oswaldo Mattos.Comadre,amiga,companheira,sempre pronta a estar junto nos bons e nos tristes momentos,sabendo com sabedoria acompanhar a todos os que dela precisam,sem que seja necessário que se expresse essa necessidade.Sorriso frouxo,o que dá um prazer imenso em contar a ela uma boa piada.Mãe dedicada,preocupada,que chega junto,antecipando-se as precisões da filha Anna Luiza,minha afilhada.Dona de casa esmerada,professora querida,esposa em tempo integral,daquelas que se bobear fica chata,mas que faz uma falta quando não está presente,cuidando de tudo e de todos.Conheci-a no início do meu namoro com Terezinha e logo pelo jeito amigo e atencioso cativou-me,da mesma forma que a mãe,Dona Arlete.Com o passar do tempo e a convivência maior,acoplada com o casamento dela com Oswaldo,acabamos por nos tornar compadres,pois êles nos brindaram com a honraria de nos conceder a alegria e felicidade de batizarmos a filha Anna Luiza.Daí a apesar da distância que na maior parte dos anos ficamos,por morarmos eu e Terezinha longe,acabamos íntimos,sendo programação certa sempre nos vermos quando vinhamos ao Rio.Com o nosso estabelecimento definitivo no Espirito Santo e uma proximidade melhor,menor distância,começamos a estar mais juntos.Depois com o problema renal de Terezinha o sentimento ficou mais forte,creio que pelo sentimento de entrega,de amor,de amizade muito forte nela e no esposo Oswaldo.Muitos natais,anos novos,carnavais,passeios juntos,enfim uma convivência forte,de entrega,de amor,de preocupação,que culminou com minha afilhada Anna Luiza,sendo madrinha de meu neto João Pedro.Não há como descrever a importância de Arminda para mim e os meus,pois além de ser o espirito maravilhoso que é,ela é parte intensa das minhas vivências,tanto as boas,como as difíceis.Obrigado Comadre,você é uma das pessoas que quero junto de mim e de todos os meus sempre,aqui e lá,no Mundo Maior.Compadre Madeira
sábado, 10 de maio de 2008
vivencias-madeira-alfabética(pessoas-A)
Igreja de São Francisco Xavier, Tijuca
A:Aracy Madeira Dias:minha mãe.Só essa ligação já mostra a importância dela para mim.Sangue nas veias,DNA,geração,ter-me no ventre por nove meses,alimentando-me,dar-me a luz,amamentar-me,criar-me e educar-me são ações que ligam infinita e incomensurávelmente mãe e filho.Lembro,vagamente,da casa onde nasci e de minha mãe comigo.Sei que,como era costume então,nasci em casa,pelas mãos de uma parteira,de origem alemã(será por isso também que gosto das coisas tão certinhas?).Lembro de em Portugal ter sido a época que mais fiquei com ela e conversei,principalmente pela vida calma da aldeia,com as noites sob a luz do candeeiro e muito frio,ficando nós três,eu,meu pai e minha mãe,junto à lareira,conversando.Sempre passional,apesar de gorda,inquieta,buscando algo a fazer,faladora,crítica era,no entanto,companheira,topando qualquer programa.Com as ligações à família dela sempre oscilantes ou de amor e presença constante,acariciante ou de longas brigas e separações,era um enigma em suas reações.Católica praticante,aliás beata,carola,vivia na Igreja,todos os dias,pela manhã nas missas,sempre comungando(vá ter pecado assim na PQP)e as noites nas chamadas ladainhas.Era membro de todos os apostolados(filha de Maria,do Coração de Jesus,outros todos que houvessem)e grande parte dos bens da Igreja Católica,recolhidos ou não a Roma,foram certamente dados por ela e tirados do trabalho duro de meu pai,sempre(ela pensava,sem êle saber)através de mecanismos de desvio das verbas destinadas por êle a subsistência da casa.Ela,como o PT atualmente,superfaturava o valor das compras,recebia de meu pai o valor fictício,comprava o necessário e a diferença era doada a Igreja.Meu pai tem,tenho certeza,parte importante na construção das Igrejas próximas as nossas casas e que ela frequentava.Mas foi mãe,não posso negar,desde por ter me concebido até por ter tido presença em minha vida,muitas vezes atrapalhando,mas sempre sendo autêntica.Também gostaria de voltar a conviver com ela,para aprendermos mutuamente e para nos desenvolvermos espiritual e moralmente.Valeu Dona Aracy.Até a próxima se assim estiver escrito e eu gostaria que estivesse.Do Theo,como me chamavas.Madeira
sexta-feira, 9 de maio de 2008
vivencias-madeira-alfabética(pessoas-A)
Tijuca, década de 1950
A:Antonio Madeira:meu avô materno,pai de minha mãe Aracy Madeira.Foi partícipe importante na minha geração,pois foi através dele que meu pai conheceu minha mãe.Seu Madeira,português típico,baixinho,gordote,tranquilo,não gostava de brigas(neste ponto não muito luso),tinha na década de trinta uma padaria,na Tijuca,em uma rua lateral a Avenida Almirante Cochrane,no início da Tijuca,para quem vem do centro do Rio.Meu pai,de profissão padeiro,foi ser seu empregado após a morte de sua primeira esposa,a mãe de Sidonio e lá conheceu minha mãe Aracy,jovem,artezã,filha de meu depois avô Antonio.Cresci,durante toda a década de cinquenta,convivendo com os almoços de domingo na casa dele,costume bem lusitano,um casarão na rua Conselheiro Zenha 82,na Tijuca.Era na extensão da palavra um casarão,composto de um longo corredor lateral,com três quartos bem amplos que terminavam em uma enorme sala,com três janelões.No sentido interno da casa,o corredor era interrompido por uma grande sala de jantar com uma mesa para refeições, que dava para umas dez pessoas de cada lado.Continuando após a sala de jantar o corredor,para os fundos,tinha uma saleta,um pequeno quarto,um banheiro master(grande mesmo),com chuveiro,banheira e janelão,acabando em uma cozinha muito grande,que tinha além de uma baita pia,dois fogões,um a lenha e um tipo industrial.Isso tudo alto,com acesso por três escadas,uma de visitas a frente,uma para a sala de jantar e outra,atrás,de entrada e saída da cozinha.Embaixo,tinha três quartos menores(certamente para empregados)e um depósito,havendo em frente a êstes grande área ocupada por galinheiro e pequenas hortas e lateralmente até o portão de ferro de entrada um corredor razoavelmente largo,onde eu chutava minha bola de borracha nas paredes.A casa era construída sobre um porão com boa altura,dava para entrar bem,de fora a fora,escuro e úmido,como todo bom porão.Meu avô Antonio era um bonachâo,extremamente bom,já o conheci viúvo(nunca mais casou,dedicando-se a criar os filhos e ajudar a todos ao redor),sustentava,literalmente,os filhos que com êle continuavam morando,além de dois sobrinhos.Eram na casa,meu padrinho e tio Arthur,viúvo,minha tia e madrinha Adyr,com o esposo Abel e três filhos pequenos,menores um pouco que eu,minha tia Hermínia(espirito fabuloso,como meu avô boníssima),com o marido Manoel(apelidado de Manduca),que criavam e educavam o filho de meu padrinho Artur,o Arnaldo,isso nos quartos de cima da casa e nos debaixo moravam os sobrinhos Milvio e Zeca.Portanto,um bando que morava lá às custas do velho.Só não moravam com êle dois filhos: minha mãe e um outro tio casado,Ary.Bem, aos domingos todos os filhos almoçavam juntos, com meu avô Antonio à cabeceira. Nós íamos, inclusive Sidonio, enquanto solteiro e morador do Rio, com o tio Arthur ao Maracanâ, à pé,ver o clássico da semana.Quando o Vasco jogava meu Tio Abel,português e vascaíno doente ia também.Meu avô Madeira,que me deu o nome de guerra no Exército e que ficou profissionalmente, marcou-me pela bondade, tranquilidade, equilíbrio(nunca o vi nervoso ou grosseiro com ninguém),pronto a conciliar e auxiliar a todos,sendo na família de minha mãe,nos Madeira um paradigma de pessoa amorosa e caridosa.Pena que com êle convivi pouco,apenas enquanto pequeno,mas marcou-me,sendo parte da formação de meu caráter.Valeu Vovô Madeira
quinta-feira, 8 de maio de 2008
vivencias-madeira-alfabética(pessoas-A)
A:Anna Luiza:em meu intímo eu entendia que era complicado criar laços de parentesco por afinidade.Achava que laços deveriam ser apenas os consaguíneos,afinal ou você teria o mesmo sangue nas veias e o mesmo DNA ou não haveria tanto amor,respeito e união.Essas idéias acompanharam-me por muito tempo e assim recusei inúmeros convites para ser padrinho de vários tipos,pelo que fui inclusive tachado de anti-social.Hoje,apesar de ter,por êsse motivo,poucas ligações de compadrio,duas me satisfazem completamente,dando-me alegrias e felicidade que compensam as que sumiram do meu viver por não terem evoluído,firmado-se.Hoje,pela força dos sentimentos das boas,continuo com dúvidas sobre o compadrio,face as que se esfumaçaram,mas realizado por êsses dois ótimos compadrios que tenho.Uma das afilhadas é Anna Luiza.Ao ser convidado,certamente muito mais pela figura de Terezinha do que por mim,apesar de minhas convicções,aceitei,não só por Terezinha,mas também por estar muito bem impressionado pelas figuras dos pais.De um lado Oswaldo,austero,que inspirava uma confiança intensa pela postura e de outro por Arminda,a companheira agradável,amiga. A assunção do compromisso de padrinho,para mim,pela forma de ser,independente de o ser em um altar,foi um dia de muita alegria,tanto pela presença de uma nova e amada criatura,linda(naquela ocasião como qualquer nenem,hoje é a real expressão do adjetivo),como pela união familiar em um belo dia e em um local bucólico,diferente, escolha bem a altura da inteligência dos pais.Lembro da euforia,nunca a tinha visto ou a vi posteriormente assim,da avó materna,Dona Arlete.Foi um batismo com a confraternização mais simples,natural e alegre que vi e talvez isto tenha ajudado Anna Luiza a ter o sorriso franco e espontâneo que tem.Acompanhei,intevaladamente,o desenvolvimento de Anna Luiza,pois nunca residimos na mesma cidade,mas a cada momento era uma nova Anna Luiza,sendo que nos impressionava a rapidez com que ocorriam as mutações físicas e intelectuais.A cada novo encontro ela estava mais madura,mais bonita,mais confiante.Tenho de dar os créditos a quem merece e se ela fazia a parte dela,meus compadres a educavam com esmero,atenção,cobrindo-a de carinho e acompanhando cada passo dela.Outro dia inesquecível foi o do casamento de Anna Luiza com o Ênio,tanto pela beleza extrema da cerimonia religiosa,da qual de novo fui padrinho,como pela recepção indescritível oferecida pelos pais,meus compadres.O bom gosto de ambos,o claro,gritante,jorrante ar de realização dos dois, saltava aos olhos de todos e a nós familiares presentes encheu de uma contagiante cumplicidade,parceria,irmandade. Na verdade foi como uma cerimonia de coroação,com todas as bençãos do Alto,que mostrou,mas do que aos presentes,aos pais,como vale a pena formar um casal,ter filhos,educá-los,indicando o caminho da correção,da honestidade de comportamentos.A felicidade espelhada,nesse dia,nos olhos de Anna Luiza serviu como uma grande e inequívoca prova de gratidão ao Senhor pelos pais a ela concedidos nesta encarnação. Hoje,casada,brilhante advogada,está cada dia mais desenvolta,segura,sendo motivo de orgulho,deste tipo de orgulho benfazejo,dos pais e de nós todos que a amamos.A alegria de Anna Luiza,com um sorriso marcante,sua presença ao nosso lado nos nossos atuais encontros lembram momentos bons,inesquecíveis,em datas e locais,que foram sempre eivados de amizade e felicidade,todos próprios àqueles que tem no coração a verdadeira sinceridade do amor perfeito,como êsse que nos une.Minha afilhada por tudo que construiu e continua a construir,mas interna que externamente,é e será sempre uma vitoriosa,com a âncora segura da presença em seus comportamentos e pensamentos dos príncipios que lhe foram transmitidos pelos genitores,acoplados ao desejo de venturas mil de todos nós que tanto a amamos.Madeira
quarta-feira, 7 de maio de 2008
vivencias-madeira-alfabética(pessoas-A)
"A":Adelino Coelho:tio de Terezinha,irmão do pai dela,José Coelho,que conheci ao namorar com Terezinha,pois separado da mulher que deixou em Portugal,ao imigrar para o Brasil,foi morar com a família do irmão.Figuraço,no início de nossa convivência não falava comigo,passando direto por mim dentro da casa de Terezinha e me ignorando,veio muito anos depois a morar em nossa casa,conosco.Aparentemente introvertido era na realidade um gozador,que certamente fechava-se por problemas de ordem interna,referentes a sua família.Passava-me a impressão de temer ser indagado sobre os motivos de ter deixado a família(esposa e filhos pequenos) em Portugal e não os ter trazido para o Brasil,nem ter lá voltado.Muitos anos depois de conhecê-lo estive com a mulher dêle,uma filha e um neto,em Portugal e também êles não entendiam.Adelino na década de sessenta,quando eu o conheci era razoavelmente abastado,contribuindo decisivamente para o sustento da casa(aluguel e luz principalmente)onde moravam,com um emprrego autonomo de carroceiro,com ponto,nas Lojas Americanas do centro do Rio.Explicando:as pessoas então procuravam comprar as coisas do lar,principalmente as mais volumosas e pesadas,perto de suas casas,pela dificuldade de carregá-las.As lojas,em geral,não tinham serviço de entrega ou êste era carissímo.Os clientes eram fiéis e conhecidos.Adelino tinha,trabalhador como todo imigrante português,granjeado a confiança dos gerentes das Lojas Americanas e era indicado para levar as compras pesadas dos clientes residentes próximo em carrinhos de mão grandes,hoje visto com carregadores de malas para navios nos cais do porto.Êle carregava no carrinho inclinado e puxava o mesmo para a casa do comprador,recebendo quando feita a entrega.Era um serviço difìcil e cansativo,mas muito lucrativo e não parava um minuto.Dono de uma força descomunal(depois de amigos brincavámos de queda de braço e nunca ganhei uma vez dêle)e muito sério nos negócios,chegava em casa com maços de dinheiro todo amassado.Com o passar dos anos e a morte de Seu José continuou a morar com Dona Hilda e se não fossem os dois velhos certamente geraria mal estar ao redor.Na realidade ambos se apoiavam por não terem pessoas com tempo e disposição para com êles se relacionarem,além das dificuldades financeiras individuais,pois nem um dos dois tinha amparo previdenciário,nem fonte de renda.Foi uma bela amizade a dos dois,eivada,pelo gênio complicado de ambos,de brigas e discursões intermináveis.Acabaram,após a morte de Seu José,face a êle não poder mais trabalhar andando,nem ficar muito tempo em pé,por feridas que estouravam em suas pernas e não cicatrizavam,saindo do apto de Bonsucesso,rua da Proclamação e indo morar em um apto de meu pai,a meu pedido,na Ilha do Governador,na Freguesia,sem preocupações com aluguel,que na residencia anterior estava sempre atrasado.Após anos morando lá,com Dona Hilda,que cuidava das feridas,teve um AVC e ficou com um lado do corpo,de cima a baixo sem movimentos,andando com dificuldade,apoiado em uma bengala.Resultado:tive de trazê-lo e a Dona Hilda para morarem conosco,já em Vitória,definitivamente.Então nesses anos conheci bem Adelino:teimoso mas amigo,falso durão,inteligente,sagaz,como todo aquele que sai de seu rincão natal e sobrevive só,isolado dos laços familiares,enfim tive um amigo em que confiei e com quem batia papos que sempre me acrescentaram muitas coisas,pelas experiências por êle adquiridas e a mim passadas.Valeu Adelino,você é uma das poucas pessoas que constam dessas lembranças,pois muitas passaram em minha vida,mas poucas deixaram marcas.Obrigado e você é uma daquelas que espero reencontrar em alguma outra ocasião.Madeira
terça-feira, 6 de maio de 2008
vivencias-madeira-alfabética(pessoas)
JESUS CRISTO:ainda fora da ordem alfabética,mais uma vez por se tratar de alguém elevadamente superior a qualquer um dos com quem me relacionei,é sobre êle que reportar-me-ei.Muitos falam,escrevem,discursam sobre êle,mas poucos o analisam apenas e simplesmente como um irmão maior(no sentido mais completo da palavra) e principalmente como um mestre.Religiosos,filosofos,escritores,o povo em geral "fala" e muito sobre costumes escorreitos,comportamentos humanos,moral impoluta,respeito, caridade,bondade,amor,enfim de ações boas,que levem a felicidade,a realização de sonhos,até a salvação eterna.Pais orientam os filhos,padres e pastores orientam suas ovelhas,autoridades ditam regras a serem seguidas e tudo isso é na realidade falatório.Já Jesus Cristo fez.Quem quiser descobrir o caminho da correção comportamental,da solidariedade,do amor ao próximo,do respeito e consideração ao próximo pode abrir mão de muita dessa falação que anda por aí,na boca de falsos profetas e ler,ler muito,ler qualquer coisa que tenha sido escrita sobre a vida de Jesus.Ainda que possa ler textos fanáticos,textos mal interpretados,textos para pura vendagem,sempre encontrará o verdadeiro caminho para a prática do bem.Êle dedicou a passagem por êsse planeta a mostrar,como um verdadeiro professor os comportamentos a serem seguidos desde a infância e adolescência,como filho obediente e trabalhador até a maturidade,quando cumpriu a missão que lhe tinha sido indicada,com denôdo,coragem,humildade,carinho e amor com todos,intervindo sem medos,até com rigidez nas horas necessárias,em todos os momentos de aflição do próximo.Nada pediu,nada exigiu,a todos buscou atender.È simples ser uma pessoa de bem,uma pessoa boa,uma pessoa correta,sem a necessidade de bajular poderosos,seguir igrejas,cumprir ordens de pastores e padres,homens como nós,a maioria mercadores da fé:é só ler,ler e ler a vida de Cristo e tentar,com todas as fôrças,dentro das nossas limitações,imitá-lo,ainda que seja uma pálida cópia,mas é o caminho,aliás dito por êle:Eu sou o caminho,a verdade e a vida.Caminho pelo exemplo enquanto encarnado,verdade pelos ensinamentos sábios passados e vida pelo viver material que viveu.Jesus Cristo,obrigado pelos ensinamentos,obrigado pelo amor.Jesus Cristo irmão maior,maior em todos os aspectos,obrigado e que possamos nós,a cada dia estudar tua vida e nos comprometermos intimamente em buscarmos ser uma cópia,ainda que imperfeita dela.Madeira
segunda-feira, 5 de maio de 2008
vivencias-madeira-alfabética(pessoas)
DEUS:lógico que ÊLE inicia o meu alfabeto,por ser o Criador,o Pai eterno,a Origem de tudo e de todos.E o ateísmo e o agnosticismo?Não me importam essas duas correntes que pretendem negar ou não acreditar,por ausencia de comprovação científica,a existência DÊLE.Negar é parte do comportamento de buscar não encarar as perfeições visíveis para nós,como a Natureza e exigir comprovação científica é mais ridículo ainda,pois essa tal de ciência vive se renegando e se redescobrindo a cada dia,ou seja,nem ela mesmo pode ser chamada de ciência,ao afirmar seu pouco saber e ao se desmentir a todo momento,face a novas descobertas.Quando ela for definitiva pode ser que então consiga entender o que não é para ser entendido e sim para ser acreditado e principalmente seguido,dentro da equação máxima,já resolvida por Jesus Cristo,de amor para com o próximo.Inteligência suprema,única capaz de criar um sistema natural de vida perfeito,que muitas vezes o homem,sua principal criatura,na matéria, procura,idiotamente,destruir,ÊLE comporta-se como Pai,paciente,enviando espiritos de mais luz ao nosso planeta,que tentam mostrar o caminho da paz e do amor a todos os homens,enviados que muitas vezes pregam no deserto.Pai paciente,amigo,que nunca pune,que sempre nos dá mais uma chance,nesta ou em uma próxima encarnação.Deus de amor profundo,que nunca ameaça,que não oferece infernos,mas sim oportunidade de refletirmos e mudarmos comportamentos errôneos.Também não nos oferece gozos eternos,um céu,mas sim trabalho,muito trabalho para ajudarmo-nos mutuamente,pois sempre existirá alguém muito próximo a nós precisando dessa ajuda,que podemos dar,seja por palavras,seja por atos,seja por pensamentos.A TI,DEUS,nosso DEUS,agradeço tudo que no dás,diariamente,eternamente e eu,em especial,as oportunidades de aprendizagem,de auxílio ao próximo,da presença dos que amo,de tudo enfim que aprendi nessa vida.Obrigado SENHOR.Madeira
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maio
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Quem sou eu
- Madeira
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