"Vou falá de umas pessoas, de umas coisas..."

"Vou falá de umas pessoas, de umas coisas..."
"Êta Tijucona véia de guerra!"

Mostragem, agora por ordem alfabética, de passagens de minha vida, narradas sob a minha ótica e com total sinceridade, e que envolvem primeiramente pessoas que me acrescentaram algo, depois instituições em que labutei e, por fim, locais que me marcaram.

sábado, 10 de maio de 2008

vivencias-madeira-alfabética(pessoas-A)


Igreja de São Francisco Xavier, Tijuca


A:Aracy Madeira Dias:minha mãe.Só essa ligação já mostra a importância dela para mim.Sangue nas veias,DNA,geração,ter-me no ventre por nove meses,alimentando-me,dar-me a luz,amamentar-me,criar-me e educar-me são ações que ligam infinita e incomensurávelmente mãe e filho.Lembro,vagamente,da casa onde nasci e de minha mãe comigo.Sei que,como era costume então,nasci em casa,pelas mãos de uma parteira,de origem alemã(será por isso também que gosto das coisas tão certinhas?).Lembro de em Portugal ter sido a época que mais fiquei com ela e conversei,principalmente pela vida calma da aldeia,com as noites sob a luz do candeeiro e muito frio,ficando nós três,eu,meu pai e minha mãe,junto à lareira,conversando.Sempre passional,apesar de gorda,inquieta,buscando algo a fazer,faladora,crítica era,no entanto,companheira,topando qualquer programa.Com as ligações à família dela sempre oscilantes ou de amor e presença constante,acariciante ou de longas brigas e separações,era um enigma em suas reações.Católica praticante,aliás beata,carola,vivia na Igreja,todos os dias,pela manhã nas missas,sempre comungando(vá ter pecado assim na PQP)e as noites nas chamadas ladainhas.Era membro de todos os apostolados(filha de Maria,do Coração de Jesus,outros todos que houvessem)e grande parte dos bens da Igreja Católica,recolhidos ou não a Roma,foram certamente dados por ela e tirados do trabalho duro de meu pai,sempre(ela pensava,sem êle saber)através de mecanismos de desvio das verbas destinadas por êle a subsistência da casa.Ela,como o PT atualmente,superfaturava o valor das compras,recebia de meu pai o valor fictício,comprava o necessário e a diferença era doada a Igreja.Meu pai tem,tenho certeza,parte importante na construção das Igrejas próximas as nossas casas e que ela frequentava.Mas foi mãe,não posso negar,desde por ter me concebido até por ter tido presença em minha vida,muitas vezes atrapalhando,mas sempre sendo autêntica.Também gostaria de voltar a conviver com ela,para aprendermos mutuamente e para nos desenvolvermos espiritual e moralmente.Valeu Dona Aracy.Até a próxima se assim estiver escrito e eu gostaria que estivesse.Do Theo,como me chamavas.Madeira

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