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"Vou falá de umas pessoas, de umas coisas..."
Mostragem, agora por ordem alfabética, de passagens de minha vida, narradas sob a minha ótica e com total sinceridade, e que envolvem primeiramente pessoas que me acrescentaram algo, depois instituições em que labutei e, por fim, locais que me marcaram.
quarta-feira, 7 de maio de 2008
vivencias-madeira-alfabética(pessoas-A)
"A":Adelino Coelho:tio de Terezinha,irmão do pai dela,José Coelho,que conheci ao namorar com Terezinha,pois separado da mulher que deixou em Portugal,ao imigrar para o Brasil,foi morar com a família do irmão.Figuraço,no início de nossa convivência não falava comigo,passando direto por mim dentro da casa de Terezinha e me ignorando,veio muito anos depois a morar em nossa casa,conosco.Aparentemente introvertido era na realidade um gozador,que certamente fechava-se por problemas de ordem interna,referentes a sua família.Passava-me a impressão de temer ser indagado sobre os motivos de ter deixado a família(esposa e filhos pequenos) em Portugal e não os ter trazido para o Brasil,nem ter lá voltado.Muitos anos depois de conhecê-lo estive com a mulher dêle,uma filha e um neto,em Portugal e também êles não entendiam.Adelino na década de sessenta,quando eu o conheci era razoavelmente abastado,contribuindo decisivamente para o sustento da casa(aluguel e luz principalmente)onde moravam,com um emprrego autonomo de carroceiro,com ponto,nas Lojas Americanas do centro do Rio.Explicando:as pessoas então procuravam comprar as coisas do lar,principalmente as mais volumosas e pesadas,perto de suas casas,pela dificuldade de carregá-las.As lojas,em geral,não tinham serviço de entrega ou êste era carissímo.Os clientes eram fiéis e conhecidos.Adelino tinha,trabalhador como todo imigrante português,granjeado a confiança dos gerentes das Lojas Americanas e era indicado para levar as compras pesadas dos clientes residentes próximo em carrinhos de mão grandes,hoje visto com carregadores de malas para navios nos cais do porto.Êle carregava no carrinho inclinado e puxava o mesmo para a casa do comprador,recebendo quando feita a entrega.Era um serviço difìcil e cansativo,mas muito lucrativo e não parava um minuto.Dono de uma força descomunal(depois de amigos brincavámos de queda de braço e nunca ganhei uma vez dêle)e muito sério nos negócios,chegava em casa com maços de dinheiro todo amassado.Com o passar dos anos e a morte de Seu José continuou a morar com Dona Hilda e se não fossem os dois velhos certamente geraria mal estar ao redor.Na realidade ambos se apoiavam por não terem pessoas com tempo e disposição para com êles se relacionarem,além das dificuldades financeiras individuais,pois nem um dos dois tinha amparo previdenciário,nem fonte de renda.Foi uma bela amizade a dos dois,eivada,pelo gênio complicado de ambos,de brigas e discursões intermináveis.Acabaram,após a morte de Seu José,face a êle não poder mais trabalhar andando,nem ficar muito tempo em pé,por feridas que estouravam em suas pernas e não cicatrizavam,saindo do apto de Bonsucesso,rua da Proclamação e indo morar em um apto de meu pai,a meu pedido,na Ilha do Governador,na Freguesia,sem preocupações com aluguel,que na residencia anterior estava sempre atrasado.Após anos morando lá,com Dona Hilda,que cuidava das feridas,teve um AVC e ficou com um lado do corpo,de cima a baixo sem movimentos,andando com dificuldade,apoiado em uma bengala.Resultado:tive de trazê-lo e a Dona Hilda para morarem conosco,já em Vitória,definitivamente.Então nesses anos conheci bem Adelino:teimoso mas amigo,falso durão,inteligente,sagaz,como todo aquele que sai de seu rincão natal e sobrevive só,isolado dos laços familiares,enfim tive um amigo em que confiei e com quem batia papos que sempre me acrescentaram muitas coisas,pelas experiências por êle adquiridas e a mim passadas.Valeu Adelino,você é uma das poucas pessoas que constam dessas lembranças,pois muitas passaram em minha vida,mas poucas deixaram marcas.Obrigado e você é uma daquelas que espero reencontrar em alguma outra ocasião.Madeira
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