"Vou falá de umas pessoas, de umas coisas..."

"Vou falá de umas pessoas, de umas coisas..."
"Êta Tijucona véia de guerra!"

Mostragem, agora por ordem alfabética, de passagens de minha vida, narradas sob a minha ótica e com total sinceridade, e que envolvem primeiramente pessoas que me acrescentaram algo, depois instituições em que labutei e, por fim, locais que me marcaram.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

vivencias-madeira-alfabética(instituições/ensino/aluno)



Faculdade de Direito Cândido Mendes: a mais antiga organização de ensino do Rio de Janeiro, criada no Império como Academia de Comércio e destinada a preparar em nível superior os homens de negócio do País. Ainda hoje funciona no mesmo lugar, Praça Quinze, em frente à estação das Barcas, no mesmo antigo e belo prédio, ainda que atualmente desfigurado por ter sido erguido em seu pátio interno uma torre imensa (não podendo mexer no prédio, tombado, construíram um monstrengo no meio, como sempre fruto da especulação imobiliária). Lá cursei Direito, após ter passado no vestibular para cem vagas, em terceiro lugar, no tempo em que era vestibular mesmo, acompanhado por um inspetor federal de ensino que sorteava o ponto e acompanhava até o fim as provas (e também durante o curso acompanhava as aulas e as provas parciais), que consistiam em escritas e orais, estas apenas para quem fosse aprovado nas primeiras. Os professores eram juízes, doutores em Direito, promotores, advogados de renome, muitos que também lecionavam na Federal e na Estadual, catedráticos (professores titulares, doutores em Direito pelas obras publicadas) e ensinavam muito pela prática que tinham, que viviam no cotidiano jurídico. Heleno Claudio Fragoso( Direito Penal, autor renomado), Cristovam Breiner (Direito Civil, juiz), Célio Borja (Direito Constitucional, depois foi Ministro da Justiça), os irmãos juízes Eliezer e Eliazar Rosa, Hélio Gomes (Medicina Legal), João Baptista (economia politica), estes são alguns de que me lembro de imediato, luminares do Direito, com obras publicadas e até hoje reverenciadas. O secretário-geral era descendente direto da família fundadora e até hoje anda por aí, sendo um intelectual de primeira e lulista total, Dr. Luiz Cândido Mendes (o Diretor era cargo honorífico e por isso êle, da família dona, era secretário e estava sempre presente, a frente de tudo). À época os estudos e as provas eram acompanhados pelo inspetor federal e pela OAB, e a partir de findo o terceiro ano havia a pré-inscrição na Ordem, como solicitador (seria o estagiário de hoje), e assim tinha-se acesso ao Forum e à prática forense. Ao fim do curso a carteira de solicitador era, para os aprovados, tranformada em carteira de advogado. Quem tinha atividade comprovada na área jurídica substituía esta atividade por declarações da respectiva repartição. Foram cinco anos de excelente aprendizagem, quer pelo nível dos professores e pela objetividade do ensino (recheado de exemplos práticos, com manuseio de processos reais), quer pela seriedade de então, sem fórmulas para passar o aluno e dureza das provas. A base desse ensino, minha vivência como autoridade policial e o doutorado deram-me o suficiente para, com bom aproveitamento, passar os conhecimentos jurídicos adquiridos e sempre atualizados para muitos alunos mais tarde, quando professor de Direito. Valeu Faculdade de Direito Cândido Mendes, hoje UCAM, Universidade Cândido Mendes, com várias ramificações e com um bom nome no universo do Direito. Madeira

Nenhum comentário:

Quem sou eu

Pai,avô,amigo,experiente, companheiro,divertido.