"Vou falá de umas pessoas, de umas coisas..."

"Vou falá de umas pessoas, de umas coisas..."
"Êta Tijucona véia de guerra!"

Mostragem, agora por ordem alfabética, de passagens de minha vida, narradas sob a minha ótica e com total sinceridade, e que envolvem primeiramente pessoas que me acrescentaram algo, depois instituições em que labutei e, por fim, locais que me marcaram.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

vivencias-madeira-alfabética(instituições/ensino/aluno)





Centro de Preparação de Oficiais do Exército, CPOR/RJ: ainda adolescente, aos dezoito anos, com a idade para cumprir a obrigatoriedade do serviço militar, e como não desejava fugir a nenhuma obrigação legal, principalmente de caráter patriótico (sempre fui caxias no cumprimento de minhas obrigações), resolvi utilizar o meu direito de, ao invés de cumprir o meu dever como soldado, o fazer como aluno oficial, daí ter cursado por dois anos o Centro. Ao ser selecionado, escolhi a arma de infantaria, pois nenhuma das outras me agradou ao estudar as respectivas funções nos campos de batalha. Cavalaria (nada queria com cavalos e nem com ir verificar a posição do inimigo, fazer o chamado reconhecimento e voltar); Artilharia (nada queria com centenas de cálculos e atirar no inimigo por cima da tropa amiga); Engenharia (nada queria com montar e desmontar pontes e detonar campos minados); Intendência (nada queria com levar a comida, o papel higiênico e outros para quem está combatendo). Com isso ficou fácil: meu negócio era ser infante, Pé de Poeira, única arma que tem a glória suprema de ver o branco dos olhos do inimigo, de combater peito a peito com êle, sob o fogo da metralha, aquela que é das armas a rainha, como o próprio hino da Infantaria o diz. Dois anos no quartel do CPOR, então em São Cristóvão, ao lado do portão da Quinta da Boa Vista, local onde aprendemos a marchar e a desfilar, e casa que nos aprimorou e acrescentou, a mim em particular, pelos ensinamentos aprendidos no lar, tais como a ter honra sem mácula, coragem pessoal, vontade indômita e o domínio das necessidades pessoais; a quebrar o medo, subordinando-o ao raciocínio; a saber que, quando achamos que não aguentamos mais, sempre existe um algo mais a dar, retirado da nossa fibra, e onde aprendi a camaradagem sem fronteiras, a amizade sincera sem inveja, a respeitar e cumprir a hierarquia, que é própria do viver. Quartel gostoso, de uma limpeza impecável (como qualquer organização militar), com salas de aula amplas e arejadas, instrutores de escol, educados mas rígidos, e que também ensinaram, ao contrário da vida civil, que os melhores devem ser elogiados, içados para as glórias da vitória, esta conseguida pela superação, para servirem de exemplo e modelo. E que os que erram devem ser punidos com firmeza, apenas com o entendimento e ensinamento necessários ,para não errarem de novo. Exército Brasileiro e CPOR: locais de modelagem de caráter, de correção de ações, de padrões de comportamento, aos quais muito devo e que servirei sempre e de todas as formas que puder. Madeira

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